quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sites para casos e traição investem no país e já reúnem mais de 370 mil

Sites para casos e traição investem no país e já reúnem mais de 370 mil

Três serviços estrangeiros chegaram ao país nos últimos 2 meses.
Ashley Madison prevê 1 milhão de usuários e planeja abrir capital na bolsa.

Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo
O mercado internacional da traição descobriu o Brasil. Nos últimos dois meses, três sites internacionais especializados em relações extraconjugais abriram seus serviços no país. Juntas, a canadense Ashley Madison, a americana Ohhtel e a holandesa Second Love contam com cerca de 12 milhões de usuários ao redor do mundo e já reúnem mais de 370 mil pessoas no Brasil.

O grande atrativo dessas redes sociais é a facilidade de se conseguir uma "pulada de cerca" de forma rápida e discreta. Mas, se dentro dos sites a discrição é a chave do negócio, fora do ambiente virtual as empresas têm promovido estratégias bem barulhentas para divulgar seus serviços e apostam alto na libido e na infidelidade dos brasileiros.
Jas Kaur, diretora do Ashley Madison Brasil, com 107 mil inscritos (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Jas Kaur, diretora do Ashley Madison Brasil, com 107 mil inscritos no país (Foto: Darlan Alvarenga/G1)
A Ashley Madison, por exemplo, investiu cerca de US$ 2,5 milhões (o equivalente a R$ 4 milhões) no lançamento de sua página no Brasil e prevê gastar até o fim do ano pelo menos outros R$ 3,5 milhões em marketing.
Criado há 10 anos no Canadá, o site é a maior rede de relacionamento extraconjugal do mundo, com presença em 15 países e mais de 10 milhões de usuários inscritos. O slogan é direto e dispensa metáforas: "A vida é curta. Curta um caso".

No país, o site entrou no ar na primeira semana de agosto e já bateu o recorde mundial da empresa para um lançamento. Até a última terça-feira (23), a empresa contabilizava 107 mil cadastros de brasileiros, que já gastaram no site cerca de R$ 1,7 milhão. Mais de 22 mil inscrições foram feitas em pleno domingo do Dia dos Pais, data em que a empresa publicou seu primeiro anúncio em um jornal de grande circulação.

“O lançamento do Brasil nos surpreendeu. A nossa previsão era atingir 500 mil usuários em um ano, agora estamos ampliando para 1 milhão”, afirmou em entrevista ao G1 a diretora do Ashley Madison Brasil, a indiana Jas Kaur. Segundo ela, a empresa está preparando um jingle para rádio e negocia com as emissoras de televisão inserções em intervalos comerciais.
"A gente quer gastar dinheiro aqui. Acreditamos que o Brasil será nosso segundo maior mercado já em 2012, só ficando atrás dos Estados Unidos”, acrescenta a executiva. Ela afirma que a empresa estuda abrir um escritório no país e que entre os planos em estudo está até abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Site instalou outdoor no Rio com imagem do Cristo (Foto: Divulgação)Site instalou nesta semana no Rio outdoor com imagem
do Cristo Redentor  (Foto: Divulgação)
O comportamento do mercado brasileiro também surpreendeu os executivos do Ohhtel. Lançado em 11 de julho, o site já possuiu mais de 206 mil inscritos no Brasil. Com foco nas Américas, o serviço reúne 1,7 milhão de usuários em seis países.
“O Brasil era a nossa maior aposta na região , mas já superou todas as expectativas. Acredito que já no início do ano que vem iremos abrir em São Paulo o escritório central das operações na América do Sul”, disse ao G1 a vice-presidente de operações do Ohhtel, Lais Priolli.
O grupo americano prevê investir R$ 2 milhões em marketing até o final do ano e afirma ter interesse em patrocinar um time de vôlei ou até mesmo de futebol.
O primeiro outdoor do site Ohhtel foi instalado nesta quarta-feira na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e promete abrir polêmica. Ao lado da imagem do Cristo Redentor, a publicidade exibe a mensagem: “Tenha um caso agora. Arrependa-se depois”.
A empresa afirma que comprou os direitos de uso da imagem do símbolo religioso "para propósitos de publicidade” e que o objetivo foi usar “a melhor imagem que representa a Cidade Maravilhosa” para falar com o público carioca.

“Muitas pessoas pensam que São Paulo é mais conservadora que o Rio de Janeiro, mas nossos registros contam uma história diferente. Temos mais de 57 mil paulistas usando nossos serviços e, por outro lado, temos apenas 30 mil pessoas do Rio. Achamos que podemos atingir 100 mil membros no Rio rapidamente”, diz Lais.
Arte perfil Ashley Madison Brasil (Foto: Editoria de Arte/G1)
No Ashley Madison, São Paulo também lidera o número de cadastros, com quase 50% do total. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com cerca de 10%.
A maioria dos inscritos nestes sites são homens. Na versão brasileira do Second Love, 70% dos 60 mil cadastrados são homens e 30% mulheres. Lançado em 2008 na Holanda, o site soma mais de 200 mil usuáriosno mundo.
Para a diretora do Ashley Madison, a tendência é que o percentual de mulheres aumente. “Acreditamos que no Brasil a participação das mulheres chegue a 40%”, afirma Jas. "As mulheres não têm fama porque são mais discretas e têm mais a perder do que os homens, mas a independência econômica está mudando isso".
100% gratuito para mulheres
O serviço desses sites é 100% gratuito para mulheres. Se no mundo real a tradição reservou aos homens o papel de pagar a bebida ou a conta, nestes sites os homens têm que pagar para mandar mensagens para os seus alvos e utilizar outras funcionalidades como sala de bate-papo, acesso a galeria de fotos e envio de presentes. No Second Love, a mensalidade custa a partir de R$ 29,90. No Ashley e no Ohhtel o modelo se baseia na venda de créditos. Os pacotes mínimos custam, respectivamente, R$ 49 e R$ 60.
Segundo a executiva do Ohhtel, os dados dos brasileiros cadastrados no site mostram que as mulheres traem tanto quanto os homens. “O brasileiro trai muito e mais do que a média mundial. Numa pesquisa que fizemos, 65% dos usuários responderam que tiveram pelo menos 5 casos extraconjugais. Nos outros países, 70% dos usuários afirmam já ter tido entre um e três casos”, afirma Lais.
É a mesma coisa que um motel. Vai quem quer. O que a gente está dizendo é: 'Se vai fazer, faça direito. Seja discreto, não vá tirar a aliança, ir a um bar e pegar uma pessoa inocente para depois ter cobrança e consequências indesejáveis"
Jas Kaur,  do Ashley Madison
Adultério saiu do Código Penal em 2005
A pesquisa feita com os usuários do Ohhtele mostra ainda que 69% dos homens e 62% mulheres casadas afirmam fazer sexo pelo menos uma vez por semana com o companheiro.
"Na nossa cultura nós aprendemos que adultério é imoral. O que nós estamos dizendo que não é tão simples assim", afirma a executiva. "O casamento é mais do que apenas sexo. Trata-se de amor, filhos, finanças e, para os católicos, uma instituição. Então para não acabar com o casamento ou viver o resto de sua vida sem sexo existe uma terceira opção que é ter um caso discreto".
Jas Kaur, do Ashley Madison, reconhece que esse tipo de serviço facilita a prática da infidelidade, mas destaca que a traição existe desde o começo dos tempos e lembra que o adultério saiu do Código Penal em 2005 e desde então deixou de ser motivo de prisão no país.
"É a mesma coisa que um motel. Vai quem quer. O que a gente está dizendo é: 'Se vai fazer, faça direito. Seja discreto, não vá tirar a aliança, ir a um bar e pegar uma pessoa inocente para depois ter cobrança e consequências indesejáveis", afirma a diretora do site.
Mas qual será a opinião pessoal de quem trabalha nessas empresas. Será que seus funcionários também são usuários destes sites? "Como não sou casada, não vejo a necessidade. Eu ainda acredito na monogamia e a empresa sabe disso. Vejo isso apenas como um business", diz Jas. "Não julgo as pessoas porque não sei o que se passa no relacionamento delas. Acho que a razão para existir a traição é as pessoas se esquecerem de se comunicar com o parceiro”, opina.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nem casados, nem namorados: stayovers

Nem casados, nem namorados: stayovers

A moda agora é dos casais que passam algumas noites da semana juntos, mas não são casados

por Redação Galileu
Editora Globo
Nos Estados Unidos, acaba de ser divulgado um estudo que analisa a relação de casais de jovens adultos (ente 18 e 29 anos) que não se casam, nem realmente moram juntos, mas namoram e uma das pessoas da relação chega a passar três noites por semana na casa do amado (a). É um fenômeno social conhecido e que vem de algum tempo, mas que só agora foi formalizado por meio de estudos. Essa relação ganhou o nome de “Stayover”.

‘We’re Not Living Together’: Stayover Relationships Among College-Educated Emerging Adults”, pesquisa conduzida por Tyler B. Jamison, pesquisador do Departamento de Desenvolvimento Humano e Estudos da Família da Universidade de Missouri, analisou o comportamento de 22 estudantes universitários que se encontram em uma relação desse tipo.

A primeira constatação é que os Stayovers surgem de forma espontânea – ao contrário do que ocorre muitas vezes no namoro ou no casamento, não há um pedido. Pessoas que partilham dessa relação se aproveitam da conveniência de namorarem e morarem sozinhas (uma delas pelo menos). E isso não significa um passo para o casamento.

Os stayovers não partilham de uma vida conjunta efetiva, como os casais que resolvem morar juntos. Isso significa que mesmo passando metade das noites da semana juntos, eles não dividem as contas da casa e nem objetos. Um não tem a chave de casa do outro. E quem vai passar a noite fora de casa, ainda se sente um convidado na casa do namorado (a).

Pamela Schock, uma socióloga da Universidade de Michigan, disse ao jornal The New York Times: “Esse é o primeiro estudo que eu vi surgir e nomear o fenômeno, mas ele é definitivamente real”.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Após acidente no Anhembi, novo show de Ivete será marcado

 

Organização diz que ingressos serão dados a quem estava no camarote.
Dezenas de pessoas ficaram feridas após estrutura ceder.

Do G1 SP
 
Após o desabamento de parte do camarote montado para a apresentação de Ivete Sangalo no sábado (20) no Anhembi deixar dezenas de feridos em São Paulo, a organização informou na noite deste domingo (21) que um novo show será oferecido a quem estava no espaço onde ocorreu o acidente.
Segundo a Atrás do Trio, cerca de 3 mil pessoas estavam no camarote no momento da queda. Apenas essas pessoas terão direito a um novo ingresso – a produção ainda estuda como será feita a distruibuição dos novos ingressos. A data e o local do espetáculo não estão definidos.
A primeira análise feita pela perícia no camarote indica que houve sobrecarga na estrutura de ferro. A informação é do engenheiro Lourenço Trapé Neto, do Núcleo de Engenharia do Instituto de Criminalística de São Paulo. Por 40 minutos, ele vistoriou na manhã deste domingo (21) a área danificada.
saiba mais
A série de shows em que ocorreu o acidente teve início à tarde com o show do Exaltasamba. Depois tocou o grupo Inimigos da HP. A apresentação de Ivete foi a última da noite. Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas, de acordo com os bombeiros. De acordo com a empresa organizadora do evento, 48 pessoas foram atendidas pelas equipes de socorro e liberadas no próprio local e quatro pessoas foram removidas para atendimento médico com suspeita de fratura.
Segundo a produção do show, a apresentação de Ivete foi interrompida por cinco minutos assim que foi constatado o acidente. "Não havia vítimas graves e com os procedimentos de evacuação do camarote devidamente em andamento, foi decidido que era melhor dar sequência à apresentação por considerar que uma evacuação repentina poderia gerar uma confusão, visto que as cerca de 25 mil pessoas que se encontravam na Arena Anhembi não estavam expostas a qualquer risco", informa a nota.
Aglomeração
O empresário José Oscar Hildebrand disse que um grande fluxo de pessoas em um mesmo local causou a queda de parte do camarote. "Aglomerou gente demais em um ponto só”, afirmou. Hildebrand disse acreditar que os fãs correram para ver Ivete assim que ela entrou no palco.
Camarote Ivete (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)Ponto que cedeu do camarote fica mais perto do palco (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
Mensagem da cantora
Em seu perfil no Twitter, Ivete deixou uma mensagem de solidariedade aos fãs na madrugada deste domingo. "Indo dormir agora. Quero deixar o meu beijo e as minhas orações àqueles que estavam em meio ao que aconteceu no camarote. Meu respeito e carinho", afirmou.

Hildebrand negou que os tubos de sustentação estivessem com problemas. "Não houve falha de material. É tudo de primeiro uso. Foi uma fatalidade." O empresário disse que o camarote é "uma estrutura autotravante". "Uma segura a outra." Por isso, quando uma parte cede, as outras acompanham. "É um efeito dominó", completou.
"Fiquei impressionado com maneira que o tubo quebrou. Parecia papel." Mesmo assim, ele negou que o material estivesse em mau estado de conservação. "Está tudo dentro das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o Contru fez uma vistoria aqui na quinta-feira (18)", disse o empresário. O Contru é o Departamento de Controle do Uso de Imóveis, órgão da Prefeitura responsável por fiscalizar e conceder licença de funcionamento para esse tipo de estrutura.
Susto
“Estava todo mundo pulando, de repente a arquibancada cedeu e caiu. Tinha gente passando mal. Todo mundo querendo subir um em cima do outro. Foi desesperador, foi horrível. Não teve assistência para ajudar. Foram as próprias pessoas que tiraram umas às outras”, disse uma das espectadoras logo após o acidente.
Segundo o Corpo de Bombeiros, todos os atendidos tiveram ferimentos leves. Alguns sofreram fraturas, mas ninguém estava em estado grave.
Bruna Alexandra Petrini, de 24 anos, uma das vítimas do desabamento de parte da estrutura de um dos camarotes  (Foto: Evlson Freitas/ Agência Estado)Bruna Alexandra Petrini, de 24 anos, uma das vítimas do desabamento de parte da estrutura de um dos camarotes (Foto: Evelson Freitas/ Agência Estado)
"A gente até chegou a comentar antes de cair. Depois foi um em cima do outro caindo. Foi um susto enorme", contou uma das participantes do evento. "A gente estava tudo no camarote, todo mundo pulando, junto. De repente despencou tudinho", afirmou outra mulher que acompanhava o espetáculo.
"Tinha gente desmaiada, gente que quebrou perna, gente que quebrou o dedo, que cortou o queixo, braço, mão. O pulso de uma menina estava virado e ela não conseguia arrumar. Tinha um único médico atendendo umas 20 pessoas", disse um jovem.

A administradora de empresas Viviane Alvarenga, de 36 anos, disse que o acidente ocorreu no momento em que Ivete estimulava o público a dançar. "Foi na hora que ela falou: 'Tira o pé do chão'. Na hora que todo mundo tirou o pé do chão junto, deu no que deu", afirmou. Ela, a irmã Cristina Alvarenga, de 27 anos, e a prima Denise Francisco Cândido, de 28 anos, saíram sem lesões graves do acidente e ficaram até o show terminar.
Segundo Viviane, logo após o acidente, Ivete pediu para organização do show verificar se estava tudo bem no camarote. "Ela parou o show, pediu para saber se estava tudo bem no camarote", afirmou.
Viviane afirmou que pode ter havido erro na concepção do camarote, uma vez que parte dos ocupantes teve que se deslocar para ficar perto do palco. "Todo mundo quer chegar mais perto", afirmou. Para ela, não havia placas avisando que os ocupantes do camarote deveriam se dividir por igual entre os dois degraus.
A administradora afirmou que sentia o camarote tremer desde o início da tarde, durante o show do Inimigos do HP. "A gente estava sentindo o camarote tremendo. No começo, não estávamos na ponta, estávamos na metade. Depois eu fui para a ponta. Já estava sentindo a trepidação. Era como aparelho de ginástica destes que são vendidos na TV. Esse segundo degrau estava trepidando. A gente sentiu como se alguém estivesse com martelinho embaixo. Na hora do show do Inimigos, começou uma trepidação muito forte."
Show da cantora Ivete Sangalo no Anhembi, na Zona Norte de São Paulo (Foto: Evelson Freitas )